Parque Metrópole atrai empresas estrangeiras e estimula exportação de tecnologia

Com apenas quatro anos, polo de TI do IMD já reúne empresas com atuação nacional e internacional

O Parque Tecnológico do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) celebra, no dia 24 de agosto, seu 4º aniversário e, durante esse período, o polo de tecnologia que se formou ao seu redor tem dado mostras de seu potencial para a economia do Rio Grande do Norte. Importantes indicadores disso são, por um lado, a capacidade de atrair negócios de fora do estado, e, por outro lado, o fato de várias de suas empresas exportarem produtos e serviços para todo o Brasil e para o exterior.

Um exemplo é o do grupo de tecnologia Wipro Brasil, oriundo da Índia e atualmente presente em 59 países, atuando em áreas como Cibersecurity, Cloud, Data Analytics e Inteligência Artificial. Seus representantes contam que a opção pelo estado potiguar aconteceu, dentre outros motivos, pela qualificação da mão de obra local.

“Vivemos em um momento muito atípico no mercado, onde há, de maneira geral, escassez de mão de obra em tecnologia. Mas encontramos no estado um ótimo celeiro de formação e esse foi um dos principais motivos para nos estabelecermos na região e firmarmos a parceria com o Parque Metrópole”, destaca Edgy Paiva, diretor de negócios da Wipro.

Outro caso é o da empresa especializada em soluções de hardware, Laniaq. Anteriormente situada na Bahia, a empresa transferiu sua sede para o Parque Metrópole. Com atuação em todo o território nacional, ela entrega soluções baseadas em workstations, servidores e clusters computacionais capazes de acelerar processos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Assim, a Laniaq mapeia, com base no contexto do cliente, todo o aparato tecnológico necessário para viabilizar e otimizar projetos científicos e tecnológicos.

Os casos são ilustrativos de que o Parque Metrópole começa a firmar uma imagem positiva para além das fronteiras locais e regionais. “Isso é importante para nós, porque significa que nosso ecossistema é percebido como um território de oportunidades econômicas. A presença de empreendimentos estrangeiros representa um passo concreto para o nosso plano de internacionalização e contribui também para a geração de empregos e para o consumo de bens e serviços locais”, aponta o diretor do Parque, Rodrigo Romão.

Exportação

Outro fenômeno que acontece no ecossistema do Parque Tecnológico é o movimento contrário: a exportação de serviços e produtos tecnológicos. Isso acontece por meio de empresas de tecnologia como o Studio Gepetta, que decidiu expandir seus negócios a ponto de firmar sua marca junto ao mercado estrangeiro.

Especializada na criação de animações voltadas à publicidade, a empresa exporta, desde o início de suas atividades, serviços e produtos audiovisuais para diversos países da Europa, Estados Unidos e África. Criada na incubadora do Parque, a Inova Metrópole, o Studio Gepetto apresenta em seu portfólio uma série de trabalhos artísticos e tecnológicos aplicados a grandes marcas, como Dior e Louis Vuitton, além de corporações como a Federação Francesa de Futebol, o banco BNP Paribas e Hitachi.

“O Brasil normalmente é visto como um país exótico e ousado criativamente. Isso é algo muito bom, mas é claro que exportar serviços e produtos também apresenta alguns desafios, como a necessidade do empreendedor ter network e o próprio trabalho a distância, que requer um contato e reuniões mais frequentes”, comenta Andressa Matias, CEO do Studio Gepetta.

Para a empresária, o estabelecimento de empresas com atuação internacional em Natal representa uma oportunidade de maturação para o mercado potiguar.

“Aqui nós temos um potencial incrível, vivemos em uma cidade muito boa e com muitos atrativos, mas a nossa maturidade no quesito inovação ainda é baixa quando somos comparados com lugares cuja produção industrial acontece há séculos. Por isso, acredito que essa exportação pode contribuir para tornar a nossa região mais madura, dadas as exigências do mercado internacional, e experiente industrialmente”, aponta a CEO.

Com forte atuação junto a instituições europeias e norte-americanas, o Studio Gepetta atende hoje clientes como Leroy Merlin, Louis Vuitton, Cereos, Microsoft, entre outras.

Mercado nacional

Já no caso da realização de negócios para o mercado nacional, Gleydson Lima, CEO do ESIG Group, maior empresa de TI do Estado, aponta que essa característica, que já era uma realidade de muitos negócios vinculados ao Parque Metrópole, ganhou vários adeptos com a pandemia de Covid-19.

“Principalmente para quem trabalha com web e nuvem, exportar é algo bastante natural, especialmente agora que o serviço remoto ganhou bastante destaque com a pandemia. É preciso que se tenha uma ‘alma digital’ e um mindset ‘desbravador’ para fazer isso, mas é algo bem possível, já que o que oferecemos no RN tem pleno potencial de ser aplicado em qualquer outro Estado do Brasil”, enfatiza Lima.

Hoje a ESIG Group é composta por duas empresas, a Quark Tecnologia, especializada em soluções para nuvem, e a ESIG Software, desenvolvedora dos sistemas de gestão SIG para educação pública básica e superior de universidades e instituições de ensino de todo o Brasil. O grupo emprega cerca de 200 colaboradores.

Aniversário 

E é para comemorar os feitos alcançados no percurso de seus quatro anos de criação, que o Parque Tecnológico Metrópole Digital comemora esse marco nesta terça-feira (24) em um evento online, às 18h, no seu canal no Youtube.

A ocasião também vai marcar os oito anos de criação da incubadora de empresas Inova Metrópole, que precedeu o Parque Metrópole e hoje faz parte de sua estrutura. O evento contará com a palestra “Transformação Digital para Educação Empreendedora”, conduzida pelo docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Luciano Meira.

O docente é Ph.D. em educação matemática pela Universidade da Califórnia, mestre em psicologia cognitiva e bacharel em pedagogia. Também é professor colaborador da Cesar School (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) e Coordenador de Ciência e Inovação da Joy Street, uma empresa de tecnologias educacionais lúdicas que integra o Porto Digital, em Recife.

Polo de tecnologia

Maior polo de empreendedorismo inovador em Tecnologia da Informação do Estado, o Parque Tecnológico Metrópole Digital reúne hoje 73 empresas credenciadas, que empregam cerca de mil profissionais de diferentes áreas.

Com uma área geográfica de 16,7 km², o complexo tecnológico oferece a todas as suas empresas credenciadas uma série de benefícios, como acesso à infraestrutura física do IMD, serviços de computação e consultorias, além de incentivos fiscais e a sinergia do seu ecossistema de inovação, construído com o apoio da Academia, Setor Público e Setor Produtivo.